O conceito de etnocentrismo parte do estudo do grande choque e da grande estranheza que se dá no encontro de dois ou mais grupos diferentes. Surge, então, o grupo do “eu” e o grupo do “outro”, tendo o primeiro como real, absoluta e principal referência e o segundo como algo exótico e, principalmente, primitivo.

A forma das colonizações do século XVI é um exemplo de etnocentrismo. Quando os europeus colonizadores se depararam com culturas tão diferentes da sua adotaram como missão “educar” os povos que para eles não passavam de selvagens.
e quem define o “bárbaro”, o “selvagem”?

A maneira do europeu colonizador observar a metrópole é no sentido de superioridade, com isso surge uma das formas de etnocentrismo: o eurocentrismo. O modelo europeu seria o que as demais nações deveriam almejar.
Relativismo cultural
Também no século XIX surge outra maneira de examinar as diferenças entre os povos, o relativismo cultural. E, se tínhamos o evolucionismo cultural que apresentava a compreensão do desenvolvimento humano diretamente relacionado ao progresso científico e material, é elaborada a visão do relativismo cultural.
A ideia de relativismo é de que não exista verdade absoluta, possibilitando a compreensão de que cada grupo social possui uma cultura específica e que só pode ser analisada a partir de seus próprios códigos:
Toda cultura tem seu próprio critério, no qual começa e termina sua validade. Não existe moral universal de nenhuma natureza.
Oswald Spengler (1880-1936), filósofo e historiador alemão
Dessa maneira, o relativismo cultural procura entender os diferentes povos e suas culturas a partir das crenças das culturas analisadas.
Críticas ao relativismo cultural
O que cada grupo cultural acredita e pratica pode parecer estranho aos nossos hábitos, costumes e valores. A compreensão do relativismo cultural, de analisar de maneira não preconceituosa é extremamente válida e nos permite conhecer de forma mais aprofundada as diversas culturas do mundo. Mas e quando a cultura de um povo fere os princípios da dignidade humana?
A ideia de relativismo cultural é apenas uma desculpa para violar os Direitos Humanos.
Shirin Ebadi (1947-…), advogada iraniana
Perspectiva Universalista
Defende a existência de padrões culturais universalistas, aceitos universalmente como bons, – a exemplo dos Direitos Humanos. Para esses, o julgamento de um comportamento social independe da visão moral interna do grupo cultural onde este se deu.
Perspectiva Relativista
Para os relativistas, é impossível afirmar que exista uma concepção de bom, que seja universal para todos os povos, independente de seu tempo e espaço ocupado. Para esses, o julgamento de um comportamento considerado bom é uma percepção construída socialmente.
Alteridade

A alteridade (ou outridade) é um conceito, mas fundamentalmente é uma prática: é a concepção que parte do pressuposto básico de que todos somos seres sociais, interagimos e somos interdependentes de outros indivíduos. A existência do “eu-individual” só é permitida mediante um contato com o outro. Dessa forma, eu apenas existo a partir do outro, da visão do outro, o que me permite também compreender o mundo a partir de um olhar diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim mesmo, sensibilizado que estou pela experiência do contato. Pela alteridade reconhecemos a diferença do outro para conosco, mas não no sentido de distanciamento, mas sim de saber e entender tais diferenças.

Obrigado professora, foi muito bom as suas postagens. Estou trabalhando exatamente estes temas! Parabéns
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Opa, obrigada! Querendo trocar figurinhas estou por aqui!
😉
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