É considerada a primeira religião monoteísta da história da humanidade. Segundo alguns estudiosos, caso o Holocausto não tivesse ocorrido hoje teríamos entre 25 a 35 milhões de judeus (atualmente o número está entre 12 a 15 milhões). O judaísmo originou-se por volta do século XVIII AEC, quando Deus mandou Abraão procurar a terra prometida. Por volta de 1800 AEC Abraão recebeu um sinal de Deus para abandonar o politeísmo e seguir para a Canaã Seu desenvolvimento ocorreu de forma conjunta ao da civilização hebraica, principalmente através de Moisés, Davi, Salomão.
O princípio básico do judaísmo é a unicidade absoluta de YHWH, como Deus e criador, onipotente, onisciente e onipresente. Yahweh, é o nome em hebraico do Deus bíblico do antigo Reino de Israel. Seu nome é composto por quatro consoantes hebraicas (YHWH, conhecido como Tetragrammaton) que o profeta Moisés teria revelado ao seu povo.
Principais ensinamentos:
1 – Todas as palavras dos profetas são autênticas
2 – O Criador é o primeiro e o último
3 – O Criador conhece todos os atos e pensamentos do ser humano
4 – A ressureição dos Mortos ocorrerá quando for do agrado do Criador
5 – O Criador não é corpo
1. Tipos de judaísmo

Assim como em outras religiões não existe uma única vertente, existem três tipos de judaísmo:
•Conservador: não admite modificações profundas na essência de suas crenças, mas permite a adaptação de alguns hábitos, conforme a necessidade do fiel. Seguem a lei Judaica, tida como a esperança de libertação nacional e a utilização do hebraico como língua oficial. Uma das principais diferenças com a corrente ortodoxa é a aceitação de algumas mudanças no judaísmo rabínico e a saída dos guetos para o convívio com os demais grupos sociais.
•Ortodoxo: Corrente que se caracteriza pela observação rigorosa dos costumes e rituais em sua forma mais tradicional, segundo as regras estabelecidas pelas leis escritas e na forma oral. É considerada a vertente mais radical. Adoção de roupas simples, separação das funções por gênero. Mulheres não podem participar da religiosidade de maneira pública, como condução de rezas, estudar o Talmude ou ser ordenada rabina.
•Reformista: defende a introdução de novos conceitos e ideias nas práticas judaicas (atualização para o mundo contemporâneo). A missão do judeu seria a de espiritualizar o gênero humano.
2. Livros sagrados

Originalmente, o estudo judaico era transmitido somente pela oralidade. A partir de 70 EC a comunidade Judaica passou a debater sobre o próprio conjunto de regras e leis. Fez-se necessário normatizar via escritos esses estudos. A compilação desse material é conhecida por Talmud ou Talmude. A normatização na vida dos hebreus é desenhada pela figura de Moisés, embora seja mais conhecido por entregar o decálogo, Moisés (1487 AEC) também é conhecido como um fundador de códigos jurídicos, assim como o como o rei babilônico Hamburabi (1750 AEC):
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Texto I: Artigos do Código de Hamurábi — Se um homem furar o olho de um homem livre, furar-se-lhe-á um olho. — Se ele fura o olho de um escravo alheio ou quebra um membro ao escravo alheio, deverá pagar a metade do seu preço. — Se um arquiteto constrói uma casa para alguém, porém não a faz sólida, resultando daí que a casa venha a ruir e matar o proprietário, este arquiteto é passível de morte. — Se, ao desmoronar, ela mata o filho do proprietário, matar-se-á o filho deste arquiteto | Texto II: Extratos da Lei Mosaica — Se um homem der um soco no olho do seu escravo ou da sua serva, e, em consequência, eles perderem esse órgão, serão alforriados como compensação. — Não se punirá o homicida antes de ouvidas as testemunhas. Ninguém será condenado pelo testemunho de um só. — Aquele que ferir seu pai ou sua mãe será punido de morte. — Aquele que ferir um dos seus concidadãos será tratado como o tratou: receberá fratura por fratura e perderá olho por olho, dente por dente. |
3. Israel (fronteira)

Com o fim da segunda guerra foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU/1947), no mesmo ano a instituição aprovou uma resolução para a criação do Estado de Israel e já no ano seguinte o Estado foi criado e previa a divisão do então território da Palestina em dois Estados: um árabe e um judeu. Em termos técnicos a Palestina tem o status de Estado observador não-membro pela ONU. Ao longo dos anos a divisão do território representou a expansão de Israel, em detrimento do território palestino, conforme podemos ver nas imagens abaixo:

4. Celebrações judaicas
ROSH HASHANAH – é o ano-novo judaico e a primeira celebração do calendário, que inicia na véspera do primeiro dia, Erev Rosh Hashanah, desde o pôr do sol até o primeiro e segundo dia do sétimo mês, que são respectivamente 1 e 2 de Tishrei.
YOM KIPPUR – é o dia do perdão celebrado 10 dias, período chamado de Iamim Noraim (dias temíveis), após o início do ano. A data é marcada por um jejum intensa oração.
“A quem eu fiz mal peço perdão. A quem eu ajudei, queria ter feito mais. A quem me ajudou, eu agradeço de coração”
PESSACH – A Páscoa judaica celebrada por 8 dias e que comemora a saída do povo hebreu do Egito e libertação da escravidão (1300 AEC), comandado por Moisés, em direção à terra prometida no primeiro mês do calendário religioso, Nissan/Abib.
5. Rituais
BRIT MILÁ (ou somente bris) – As boas-vindas aos bebês do sexo masculino à aliança através do ritual da circuncisão, aos oito dias de vida. A circuncisão masculina é a remoção do prepúcio do pênis humano. No procedimento mais comum, o prepúcio é aberto, as aderências removidas e a pele separada da glande. Posteriormente é colocado um grampo próprio para estabilizar o pênis e a pele do prepúcio é cortada.

No Velho Testamento, a circuncisão aparece como uma marca do povo de Deus, algo que era um mandamento de Deus: “E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós” (Gênesis 17:11).
BAR-MITZVAH significa “filho da lei” ou “filho do mandamento”. É a cerimônia judaica que marca a passagem de um menino à vida adulta, aos 13 anos. A partir dessa idade, ele assume sua maioridade religiosa e passa a ter responsabilidades perante sua comunidade e suas tradições. É necessária que tenham aulas que englobem conhecimentos religiosos sobre a Torá, além de ensinamentos sobre respeito, ciências sociais como sociologia, filosofia, antropologia, igualdade entre homens e mulheres, a importância do Shabat, da Kashrut (regras da alimentação Kosher*) e também dos Mitzvahs. A cerimônia de bar-mitzvá dos meninos existe há 2.000 anos e, a das meninas (chamada de BAT-MITZVAH) há cerca de 70 anos. Em diversas correntes do judaísmo, as mulheres eram dispensadas dos estudos religiosos, o que pode explicar o fato de o ritual feminino ser mais recente na história da religião.
HANUKKAH (Chanucá/Hanucá) – Festival das Luzes, se trata de uma festividade do judaísmo celebrada todos os anos durante oito dias. A festa tem início no 25º quinto dia do Kislev, ou seja, o nono mês do calendário hebraico (que coincide com os meses de novembro ou dezembro), e este ano ela cai entre os dias 6 e 14 de dezembro. A festa celebra a retomada de Jerusalém após um levante de selêucidas (greco-sírios politeístas) contra um templo judeu (168 AEC) e a proibição de prática da fé judaica. O levante durou três anos, o Templo de Jerusalém havia sido profanado com ídolos (proibidos pela fé judaica) e sacrifício de porcos (considerados impuros) no templo. Para a purificação os hebreus deveriam conduzir um ritual de oito dias com a Menorah, mas só havia azeite para manter o candelabro aceso por um dia. Entretanto o candelabro permaneceu aceso por todos os dias da purificação.
Presente em templos, sinagogas e em residências, está sempre iluminado. Isso acontece não para iluminar esses locais consagrados aos cultos religiosos, mas porque simboliza a luz que nunca se apaga, ou seja, a existência de Deus. A Menorá é feita de ouro, porque o ouro é um metal que não enferruja, o que reforça a ideia de imutabilidade divina. Trata-se de um candelabro de 7 braços. Cada ponta representa as raízes da Árvore da Vida, sendo que o braço do centro é o mais importante deles. O fato de ser composto por 7 braços faz com que a menorá carregue a simbologia desse número, que é muito significativa para o Judaísmo. Isso porque o sabbat, o sábado dos judeus, é um dia guardado. Representa o sétimo dia, aquele no qual o ciclo da criação se encerra na perfeição.
A Chanukiá, por sua vez, é um candelabro de 9 braços que é usado durante a Festa das Luzes. Essa é uma festa judaica que celebra a libertação do Templo de Jerusalém.
TEFILIN – A função do uso deste objeto é diariamente, ao usá-lo, recordar os mandamentos da lei judaica. Usado na cabeça com a caixa no centro da testa e a outra na parte superior do braço esquerdo próximo ao coração. O tefilin deve ser usado durante as rezas da manhã e da noite, exceto no shabat, como indica a oração.
TALIT – Manto de oração que separa o homem do mundo físico e o liga ao mundo espiritual. Ao olhar para ele, os judeus se recordam das leis de Deus, da responsabilidade em obedecê-las e de que foram chamados para serem santos.
TZITZIT – É o conjunto de franjas do talit, que servem como meio de lembrança dos mandamentos de Deus.
KIPAH – É uma boina utilizada pelos judeus tanto como símbolo da religião como símbolo de reverência a Deus .
curiosidades – o calendário Judaico
Pelo calendário judaico, estamos no ano 5782. E, de acordo com ele, o ano novo é celebrado no fim de setembro, durante o chamado mês de Tishrei, No dia 6 de setembro começa, para o povo judaico, o ano 5.782, contado a partir da “criação dos primeiros seres humanos”, Adão e Eva. A nossa sociedade utiliza o calendário gregoriano. Tal calendário foi criado na Europa em 1582, por iniciativa do papa Gregório XIII. O calendário surgiu com o objetivo de corrigir os erros do calendário anterior: o calendário juliano. A diferença entre esses dois Calendários está na duração considerada do ano (365,25 dias no Juliano e 365,2425 dias no Gregoriano) e nas regras para recuperação do dia perdido, acumulado durante os anos, devido à fração de dias na duração do ano considerada.
