Em termos gerais, divisão do trabalho é a repartição diferenciada (pelo grau de especialização) de tarefas entre os membros de uma comunidade. Pensar sociologicamente o trabalho é pensar como essa atividade se desenvolveu e se organizou nas diferentes sociedades. O trabalho existe para satisfazer as necessidades humanas, desde as mais simples, como as de alimento e abrigo, até as mais complexas, como as de lazer e crença, isto é, as necessidades físicas e espirituais. Há vários modos de satisfazer essas necessidades, dependendo de como os homens se organizam em sociedade e de seus valores em relação ao trabalhos. A crescente especialização do trabalho promovida pela produção industrial moderna trouxe uma forma de relacionamento. As principais formas de divisão do trabalho numa comunidade, ao longo da história foram: biológica, territorial e social.
- Biológica – Homens e mulheres exercerem diferentes funções, consideração da aptidão física, sexo e idade.
- Territorial – O ponto principal é questão de como estão dispersos os recursos naturais. Essa dispersão provocou a troca de bens (ou mercadoria-espécie), promovendo o desenvolvimento do comércio.
- Social – A separação dos grupos sociais segundo o nível social (inicialmente de nascimento) formatou a função que cada indivíduo ocuparia na sociedade.
Divisão internacional do trabalho
O filósofo e economista Karl Marx relacionava o aparecimento da grande indústria com a divisão do trabalho, para ele, essa divisão atribuía a cada parte do mundo funções econômicas distintas, algo como a correlação de forças entre as diferentes nações: produção/absorção de riquezas.
A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) é representante do funcionamento do capitalismo, a DIT expressa as diferentes fases da evolução do sistema capitalista e das relações entre metrópole-colônia para o que observamos hoje:

Relembrando:
I – Divisão Internacional do trabalho – Capitalismo Comercial (XVI a XVIII): circulação de mercadorias, abastecimento da Metrópole (especialização da Colônia em manufaturar produtos específicos).

II – Divisão Internacional do Trabalho – Capitalismo Industrial (1760 a 1945): A Revolução Industrial modifica o processo produtivo, as relações de trabalho. A partir desse momento a relação de produção se apresenta como as nações que fornecem matéria-prima e as nações que transformam essa matéria-prima em produto industrializado. Essa relação implica na necessidade de especialização (conhecimento técnico, intelectual) da força produtiva.


III – Divisão Internacional do Trabalho – Capitalismo Financeiro (após a 2º Guerra Mundial): A expansão do sistema financeiro internacional levou os países subdesenvolvidos a serem financiados pelos países detentores de capital, fato que fez com que várias empresas passassem a instalar filiais em diferentes nações subdesenvolvidas, o que possibilitou muitas a terem se industrializado nesse período, entretanto existe a necessidade de se analisar as razões para essas escolhas (fatores locacionais, mercadores consumidores, incentivos fiscais, legislação ambiental, infra-estrutura etc.). Atualmente duas variáveis têm marcado o curso da terceira divisão internacional do trabalho: a globalização e a revolução técnico-científica, tema de nossa próxima aula!
Temas mencionados na aula do Meet:
Sociedade e Modos de Produção: Primitivo, Escravista, Asiático, Feudal, Capitalista e Socialista
Fases do capitalismo: Comercial, Industrial e Financeiro
Émile Durkheim: Solidariedade orgânica e solidariedade mecânica