O artigo “O choque de civilizações”, escrito pelo cientista político Samuel P. Huntington (publicado pela revista conservadora Foreign Affairs, em 1993) busca promover uma análise acerca das novas estratégias dos países pós-guerra fria e das relações entre os povos em um mundo multipolar.

A teoria de Huntington indica que os conflitos vindouros entre as nações não mais se realizarão em torno de ideologias e/ou políticas, mas em razão das identidades culturais das civilizações. Em 1996, Huntington expande o artigo no livro chamado “O choque de civilizações e a recomposição da Ordem Mundial” (link para download ao final do post).

O texto de Huntington é dividido em oito partes: “O próximo padrão de conflito”, “A natureza das civilizações”, “Porque as civilizações vão entrar em choque”, “As linhas tênues entre as civilizações”, “Agrupamento de civilizações: a síndrome do país afim”, “O Ocidente versus o resto”, “A conexão confunciana e islâmica” e “Implicações para o Ocidente”. Segundo o autor, existem elementos culturais mais fundamentais e preponderantes do que a sensação de pertencimento a um Estado-nação segundo as linhas de fronteiras, tais como língua, religiões e costumes. As pontuações no texto dele podem ser indicadas por seis argumentos principais:

  1. As tradições e as características religiosas, históricas, linguísticas e culturais são mais dominantes do que as diferenças políticas e ideológicas.

2. O processo da globalização incentivou a consciência de civilização, criando a possibilidade de acentuar as diferenças entre povos devido ao aumento das interações entre eles.

3. O Estado-nação não é mais a única ou mais importante fonte de identidade cultural (ou sensação de pertencimento) e, as identidades locais estão mais debilitadas em razão da modernização econômica. Nesse sentido, o autor entende que o cenário viabiliza o fundamentalismo (religião).

4. O Oriente anseia obter o protagonismo exercido pelo Ocidente, a fim de, com a hegemonia moldar a nova ordem mundial de acordo com os seus interesses e costumes.

5. As características culturais são intrínsecas às civilizações, isto é, modificar traços econômicos e políticos é mais usual do que identidades culturais: civilizações vão procurar defender a sua essência.

6. “… diferenças culturais e religiosas criam diferenças sobre questões políticas, abrangendo desde direitos humanos à imigração, comércio e trocas, até o meio ambiente” (Huntington, 1993: 27). Para o cientista político, os governos cederão à influência religião porque ela criará o necessário para formalizar coalizões.

Cartografia de Huntington – Regionalização pós-guerra fria

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