A cultura faz parte da totalidade de uma determinada sociedade, nação ou povo. Essa totalidade é tudo o que configura o viver coletivo. São os costumes, os hábitos, a maneira de pensar, agir e sentir, as tradições, as técnicas utilizadas que levam ao desenvolvimento e a interação do homem com a natureza. O legado cultural que herdamos dos povos que se misturam deu origem ao que nós entendemos como povo brasileiro.
Quando olhamos os três grupos étnicos que se miscigenaram no Brasil Colônia, séculos XVI e XVII, com suas características biológicas específicas e também sócio-culturais, suas tradições, vemos como fizeram toda a diferença no processo de colonização e formação do povo brasileiro, diferentemente de outras colonizações empreendidas pelo mundo.
O Brasil é uma “aquarela” de grupos étnicos! Constituída por meio da colonização (século XVI) e depois, pelas imigrações por volta dos séculos XVIII e XIX. Temos então uma pluralidade de identidades, caracterizada pelas diferenças. Por conta dessa variedade de identidades, povos e tradições, os diferentes grupos étnicos fizeram com que ocorressem em nosso país, um processo chamado de etnicidade.

Indígenas: O território que se tornaria o Brasil registra a presença de humanos há cerca de 12 mil anos. Os indígenas ocupavam toda superfície, especialmente o litoral. Desde 1500 até a década de 1970 a população indígena brasileira decresceu acentuadamente e muitos povos foram extintos. O desaparecimento dos povos indígenas passou a ser visto como uma contingência histórica, algo a ser lamentado, porém inevitável. Não devemos pensar que se tratavam de um único povo, mas sim de várias tribos indígenas, cada uma com sua língua e costumes.

Portugueses: Introduziram novos conceitos de sociedade, economia e religião, muito diferentes aos costumes indígenas. Um dos exemplos é a economia: ao invés de plantar para subsistência, agora era preciso cultivar produtos em larga escala que pudessem ser vendidos no mercado europeu. Também trouxeram sua religião e a impuseram aos indígenas. Através da crença, vieram as festas, o idioma (latim e o português) e uma nova filosofia de vida. Ao invés de vários deuses, agora, adorava-se somente uma divindade, havia um livro para seguir e uma hierarquia de sacerdotes. Além da religião, o português passou a ser o idioma do novo território, assim como a organização política e a economia capitalista.

Africanos: Foram trazidos para serem escravos nas Américas. No entanto, cada indivíduo trouxe seu idioma, sua fé e suas habilidades. Nossa cultura possui muitos elementos africanos. Na culinária, como azeite de dendê, feijoada, acarajé, mungunzá, cocada etc. Na música, sua influência daria a cadência e o ritmo sincopado próprio da música popular brasileira. Igualmente, na dança, verificamos que o jeito de mover a cintura foi herdada dos africanos, o que originou uma infinidade de bailes como o maxixe e o samba. Os africanos, como os povos iorubás e jejes, trouxeram a religião e seus orixás, que foram misturados com a crença cristã. Isto deu origem aos terreiros de candomblé e, posteriormente, à umbanda no Brasil.
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